Meus olhos repousam sobre o vulcão. Diante de mim, dentro do meu quarto, acima de uma mesa amarela, há a fotografia do vulcão Pichincha, nos arredores de Quito, no Equador. O topo de um vulcão desativado (mas não extinto) é gélido e seu chão se assemelha à superfície lunar. Na foto, as nuvens parecem fugir da boca vulcânica que, por um lance do acaso, apresenta uma leve mancha vermelha. Gosto de olhar para esse vulcão para lembrar que o acaso é divino mas não é deus: da mesma forma como se sobe a um vulcão, também é possível sair dele. Mesmo sendo nuvem. Carrego este quadro para todos os lugares em que vou: seja morando, seja trabalhando. Se preciso fazer um filme longe da minha casa, o levo na mala e o penduro no meu quarto. Hoje, o sinto parte de mim tanto quanto um braço: um corpo-vulcão.
Descrição da Imagem
Quado emoldurado com moldura de madeira preta. Na imagem possui um vulcão de fundo e uma vegetação montanhosa e com arvores, em preto e branco.