Saí do pelourinho com ele. ganhei num sebo, do cuidador daquele lugar incrível. num dia de andanças e coisas antigas, riquezas e gente fina pra caramba. era perto do dois de fevereiro. andei com ele vazio por um tempo, depois achava coisas pequenas e botava lá... sei lá, esperando o dia de preenchê-lo~~ não era um objeto de decoração, de cara eu sentia. andei de estrada em estrada, saí da bahia, desci, subi, carnaval, trampo nos bares _aquela foi uma viagem longa, e ele já uma presença a me acompanhar. voltei à belém. vivi um ano inteiro até chegar naquela noite, o primeiro dos dias em minha casa de àsé. eu não sabia. e também não sabia, mas já trazia comigo, em cobre e ágata de fogo, o relicário onde meu pai encantado gosta de guardar feitiços. ancestralidade, o tempo me dá de presente.
Descrição da Imagem
Pequeno relicário feito em cobre com uma pedra ágata de fogo no centro da tampa.