
A exposição “Uma coleção feita de afetos e distâncias: memória do refúgio e da imigração em objetos” reúne objetos e fatos significativos das histórias de vida de quem se desloca pelo mundo e também de brasileiros que, ao entrar em contato com refugiados e migrantes, tiveram suas vidas transformadas.
Os objetos possuem uma estreita relação com a nossa identidade e acompanham o processo de mudança na trajetória de vida de cada um de nós. Assim, são carregados de emoções, experiências e lembranças significativas das fases de vida da pessoa.

Ser migrante por vezes é uma opção, outras vezes não. Muitas pessoas deixam seus países de origem em consequência de conflitos armados, crises econômicas, perseguições políticas, religiosas ou étnicas e buscam refúgio em nações próximas ou em países distantes, para garantir sua integridade física e moral. Os objetos têm uma função muito importante para essas pessoas na reconstrução e ressignificação de suas vidas, na medida em que abrem a possibilidade de uma nova experiência em outro país, tornando-se indispensáveis para expressar e legitimar suas identidades.

Para a exposição, alguns migrantes e refugiados enviaram fotografias e contaram as histórias de seus objetos pessoais, entre eles a família Sharef, que, em 2016, saiu de sua casa em Damasco e trouxe na mala objetos carregados de lembranças e de perspectivas para o recomeço de suas vidas na cidade de São Paulo. Assim como da Síria, a exposição traz objetos de outros países: Haiti, Mali, Guiana Inglesa, Venezuela, Peru, Bolívia e Paraguai. Além disso, temos a colaboração de brasileiros que vivem em terras estrangeiras ou que, de algum modo, por vínculos afetivos e profissionais, contribuem para o acolhimento dos que aqui chegam.

Esta exposição inaugura uma nova fase do Museu das Coisas Banais, pois será uma coleção aberta, que crescerá com o tempo ao receber permanentemente objetos e histórias de pessoas refugiadas e migrantes. A coleção visa traçar variados percursos, preservando lembranças e objetos de migrantes de todas as partes do mundo. O recolhimento dos objetos será feito a partir do dia 21/06/2021, através do formulário de compartilhamento.
Mônica Broti e Joana Schneider


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FICHA TÉCNICA
- Realização: Museu das Coisas Banais
- Coordenação: Juliane Serres
- Curadoria: Mônica Peralli Broti
- Organização: Juliane Serres, Monica Peralli Broti, Joana Schneider, Nara Farias Ávila, Leonardo Monteiro Alves, Rafaella Petrucci Alvetti
- Textos: Mônica Peralli Broti, Joana Schneider
- Montagem: Joana Schneider, Nara Farias Ávila, Rafaella Petrucci Alvetti
- Pesquisa / Descrição de imagens / Catalogação: Leonardo Monteiro Alves, Nara Farias Ávila, Joana Schneider
- Digitalização e diagramação no repositório Tainacan e Site MCB: Nara Farias Ávila
- Criação gráfica / Ilustrações: Rafaella Petrucci Alvetti
- Divulgação nas mídias e redes sociais: Joana Schneider, Rafael Chaves
- Suporte técnico: Rafael Nascimento, Nara Farias Ávila