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Lata Aymoré
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Documento
Metadados
Miniatura

Nº de Registro
MCB_5_0434
Título
Lata Aymoré
Narrativa
ERA UMA VEZ UMA LATA, UMA LATA QUE CONTA HISTÓRIAS… …onde ficaram guardadas lindas recordações, deixadas de geração em geração há mais de 90 anos. Uma lata que foi deixada pela minha avó, nascida em 1880, natural da Província de Nerona, do Reino da Itália e deixada de herança para mim, pela minha mãe. Na época não dei a devida atenção, mas neste momento, com 77 anos, fui obrigada a me enclausurar, sem ver o sol, me distanciar dos netos, filhos e amigos, tudo por causa da pandemia de COVID-19. Como sou muito ativa e orgulhosamente atriz integrante da Cia Nascem de Teatro, optei por não dramatizar a terrível experiência e mergulhei na nova tecnologia que tanto nos envolve, a era dos whatsapps, facebooks, instagrans e tantas outras que ajudaram a nos manter próximos da família e dos amigos. Também aproveitei para vasculhar minhas memórias e para minha alegria me deparei com a linda lata de bolachas Aymoré e dentro dela revisitei meu passado. Ao abri-la reencontrei algumas lembranças que foram deixadas como a certidão de casamento, um santinho de falecimento, uma foto da família de minha avó, uma minúscula estátua de Santa Rita e um pentinho de cabelo, também impecável, que provavelmente trazia nele histórias de penteados da época. E tinha mais surpresas, uma toalhinha bordada e um brinco, que me fez lembrar dela uma vida toda usando o lindo adorno, provavelmente com um significado especial. Enfim, uma lata que conta a história de minha vida, história de meus antepassados, história do biscoito,
história de quem cuida e dá valor para cada “registro” guardado dentro dela. Enviei a história e fotos da lata para a empresa Aymoré e para minha surpresa fui
presenteada com uma carta de agradecimento e um kit que continha uma nova lata com a inscrição “Aymoré 95 anos – O tempo passa, o sabor fica” para que eu possa continuar guardando as lembranças de minha família. Assim, aproveito também para guardar coisas que são valiosas para mim: escrevi uma cartinha e junto com a mesma deixo algumas memórias, fotos da família e registros de algumas festas preparadas por mim em comemoração das bodas de mármore e ouro.
Como adoro um balagandã, guardei uma pulseira colorida, um par de brincos e um dos troféus que recebi como Melhor atriz do ano de 2019 da Cia Nascem de
Teatro. Carinhosamente deixo meu anjinho da guarda e um bordado inglês com pérolas para que saibam o quanto adorava bordar saias de crianças e outros
adornos. Para fechar com chave de ouro, acrescentei uma foto interpretando uma Rainha, coincidentemente com o mesmo nome de minha bisavó Elizabeta,
escolhida pelo meu querido professor de teatro Guga Menga. Espero que as próximas gerações conheçam um pouco de mim, essa vovó maluca, que adora
aprontar uma arte e que não por acaso herdou o sobrenome LEVADA. Desejo que todos possamos sair bem desta pandemia que assola nosso mundo neste
momento tão cruel, mas que também tem me trazido tantos momentos bons, como poder escrever a minha história da lata recheada de boas recordações. EMA
LEVADA SPINACE, Junho de 2020.
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Descrição de Imagem
Conjunto composto por uma foto colorida de uma jovem usando um vestido longo verde com um listra vermelha, uma estatueta de madeira de com o formato de uma asa de uma borboleta e uma caixa tipo lata na cor dourada com uma estampa florida na tampa. No interior da caixa se encontram um pente fino, uma pequena estatueta religiosa e uma foto preto e branco.
Categoria
Doador
Ema Levada Spinace