Ela dizia que era igual ao da Hilda Furação. Ficou comigo depois que ela se foi. É um pedaço bonito dela que ainda vive em mim. Penso em todas as canções que ela escutou, em todas as histórias... Deitada na rede, se balançando, achando graça... O nome dela era Izaura. Izaura Moura. Ela dizia que era um nome sofrido. O nome carregava uma dor. A dor de ser mulher. O olhar dela falava muita coisa. Eu não entendia, mas falava. Ela guardava o mundo naquele olhar. O rádio de pilha não funciona mais. Não ligo. Mas a Izaura Moura permanece intacta aqui: tão brutal amor que eu não consigo esquecer. Habita agora em todos os lugares da casa. No canto bonito que eu imagino saindo do rádio.
Descrição de Imagem
Rádio de mesa retangular colorido com um tom de madeira envernizada. Possui dois botões, um em cada lateral e um layout central na cor preta com detalhes em amarelo na faixa de modulagem das frequências e está escrito a sua marca em cima da faixa "CLASSIC".